Coletivo Records: Me fale de você, suas influências e experiências musicais?
Ilton Fonseca: Uma longa jornada... Comecei no longínquo ano de 1994 cantando numa banda ligada ao movimento anarcopunk, "Os Seres", que fazia um som punk rock com algumas incursões por outros estilos. Esse grupo ganhou alguma repercussão, graças a músicas como “Zabumba” - que se tornou bastante conhecida, principalmente entre aqueles que apreciavam o referido psicotrópico. Uma outra música, “Festa e Féretro”, despertava a curiosidade por apresentar um ritmo festivo, com letra depressiva, dramática e patética.
Fizemos alguns shows entre 1994-1996 e depois de desencontros estéticos com o pessoal do movimento, tivemos que nos tornar independentes, foi aí que a banda acabou por falta recursos para prosseguir.
Passei um longo tempo sem fazer música, até que em 1998, quando ingressei na UFRN, o ambiente universitário me envolveu e as aspirações pela cultura popular e pelo folclore passaram a me influenciar. Nesse período, Danúbio Gomes, recém ingresso na universidade, traz para a cidade um projeto educativo de musicalização e percussão - que mais tarde seria conhecido por “Projeto Pau e Lata”. A este projeto, agregam-se os músicos Maurício Remígio e Carlos Roberto.
O que a princípio seria apenas um trabalho educativo, torna-se também um trabalho de banda graças a minha insistência. Trabalhei no projeto especificamente na banda Pau e Lata, sem me envolver com a parte educativa. O repertório carecia de composições próprias, mas a inventividade de criar a partir de adaptações, tais como o “Trem Caipira” de Villa Lobos ou canções do compositor potiguar Maguinho daSilva, nos conferiam empatia com público. No Pau e Lata eu cantava as poucas músicas que não eram instrumentais e tocava percussão.
Nossa música, com muita referência aos ritmos regionais, perdurou até meados do final do ano de 1999, entrando num repentino desgaste no ano seguinte. Logo após, desentendimentos entre integrantes levaram dispersão da primeira formação da banda.
Somente em 2001 voltei a me envolver com música, cantando na turnê que o grupo de dança Parafolclórico fez na Alemanha. Logo depois passei a integrar a banda Pangaio. Em 2006 cheguei a me afastar da banda para estudar, e nesse período colaborei nos projetos do Maguinho daSilva como DJ - desde então, tenho conciliado minhas atividades com o Pangaio com eventuais discotecagens.
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