Com o intuito de mostrar o que anda acontecendo na cena cultural que ferve na Cidade do Sol, o Coletivo Records cria a coluna “Dando 1 Rolê!” - um espaço despojado para entrevistas e comentários com clima sempre festivo. Nessa primeira edição, conversamos com o digníssimo Curumim, que estava fazendo um show por essas bandas.
O rolê foi no dia 18 de junho.
O rolê foi no dia 18 de junho.
*Foto: Giovanna Rêgo
Coletivo Records: Fala aí Curumim, como começou esse lance de música na sua vida?
Curumim: Desde criança eu era “chapado” em Sidney Magal, ficava ouvindo as músicas e querendo usar aquelas roupas. Quando entrei na escola conheci um moleque que tocava violão pra caramba, aí quis aprender também e entrei na aula de violão. Desde então estou fazendo música.
Você é um músico que já tocou e toca com muita gente conhecida. Quando foi sua primeira experiência profissional?
Curumim: Cara eu não sei quando deixou de ser amador, ou quando passou a ser profissional - até hoje acho que ainda é meio a meio. Mas quando eu era bem moleque, uns 16 anos, fui num boteco com amigos e pedimos pra tocar e foi legal: a galera curtiu e fechamos pra tocar lá na semana seguinte - com couvert e tudo mais. Engraçado que era um bar de gente bem mais velha e lotou de adolescente.
E sua carreira profissional? Como começou?
Curumim: De uma maneira bem clássica: uma banda de Nova York, chamada Blackalicios, foi tocar em São Paulo e os caras são donos de uma gravadora. Demos um CD pra eles. Escutaram, entraram em contato e falaram que gostaram do som e que queriam lançar nosso disco lá fora. Acho que dei muita sorte! Eles acreditaram e estavam trabalhando pra agente lá nos EUA, divulgando em revistas, para os festivais... uma galera lá brigando pela gente. E foi desse jeito que começou e é desse jeito até hoje.
No novo disco [Carnaval no Inferno] da banda Eddie, de Olinda, você gravou uma faixa com os caras. Como é seu relacionamento com a música de Pernambuco?
Curumim: Então, depois do Chico Science a cena de Pernambuco bombou. É um estado muito rico culturalmente e muitos artistas foram pra são Paulo, a galera da Nação Zumbi, Eddie, Otto... então estamos sempre trocando figurinhas. O Buguinha Dub também. Essa relação Recife-São Paulo é muito legal, as cidades se parecem, combinam. Gosto muito da galera, é uma parceria que sempre rende boas músicas.
Suas músicas tem bastante coisa da soul music, dá pra notar nas músicas influências de Stevie Wonder, Jorge Benjor e Trio Mocotó. Explica um pouco essa ligação pra gente?
Curumim: Hoje um pouco menos, mais ainda escuto muito. Teve uma fase que eu só escutava Stevie Wonder, mas não só ele: outros do soul e do funk norte-americano. Estudei muito isso e é engraçado, primeiro comecei escutando a música americana pra depois sacar o funk samba brasileiro. Está tudo muito ligado, tudo faz parte do mesmo molho de uma macarronada: o funk e soul norte-americano, o samba brasileiro, o reggae jamaicano, a salsa cubana... pra mim estão todos conectados.
E como está a agenda pro futuro, qual o próximo projeto?
Curumim: Cara tá difícil dizer, porque o presente está bem corrido. O futuro pra mim é amanhã. Mas vamos fazer uma turnê nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Vai rolar até um país da África. Depois vou participar da gravação do novo CD do Arnaldo Antunes, e sair em turnê com ele no segundo semestre. Por enquanto, panser em um próximo disco meu acho que só no próximo ano, não sei ainda.
Deixa uma mensagem pra galera de natal pra quem ta começando na música.
Curumim: Cara, eu sempre tive uma relação com a música muito forte, a idéia de fazer música é sagrada, a música é mais importante que tudo: que carreira, que estilo, que o próprio instrumento. Às vezes tem 'nego' que só pira no seu instrumento e não percebe o resto das coisas, então a música é fundamental e eu estou aqui por causa dela.
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